quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O papel da Universidade na sociedade

     Gurizada, seguinte! Tava passeando pelos blogs, e achei o do DCE da Furg. Pra quem não sabe, DCE é mais ou menos como um Grêmio Estudantil da Universidade. E lá eles estão passando por um processo de reestruturação bem grande. E, como um dia, se Deus permitir, estaremos dentro de alguma Univiersidade, e por ter achado bem interessante o texto, dei um Ctrl C + Ctrl V para o meu blog.

O papel da Universidade na sociedade

Para propor mudanças necessárias na Universidade é necessário ter claro seu papel e sua função. As melhorias no ensino e pesquisa deixam de fazer sentido no momento em que não se tem claro a que serve esse ensino e essa pesquisa, e qual a função da Universidade e dos profissionais que se formam e entram no mercado de trabalho. A idéia desse texto é discutir o papel da Universidade na formação intelectual e profissional dos acadêmicos para intervir e transformar a sociedade brasileira.

Há muito que a universidade deixou de ser apenas um local de transmissão de saber desinteressado, como na tradição greco-latina. A pesquisa e a extensão são uma realidade recente. Durante muito tempo, na pesquisa, apenas se importou ou copiou o que foi produzido nos países industrializados e desenvolvidos. A extensão de caráter transformador da sociedade foi uma conquista iniciada na década de 60, quando diversos movimentos sociais, inclusive o movimento estudantil, começaram a questionar a função das universidades no país:

“Para os estudantes do movimento estudantil da década de 60, a universidade brasileira falhava em sua missão cultural (por não ser repertorio de cultura nacional e por não se preocupar com a pesquisa ); profissional (por não formar profissionais para atender as exigências do país); e social (pelo caráter antidemocrático do acesso ao ensino superior e por formar profissionais individualistas, não preocupados com os problemas do país).”

Para nós, a missão social é imprescindível para que a Universidade cumpra seu papel. O ensino, a pesquisa e a extensão devem estar sempre voltados à maioria da sociedade, e não à uma minoria ou aos interesses do mercado. Isso porque, muitas vezes o que o mercado necessita destoa do que a sociedade precisa. Para isso é necessário uma comunidade acadêmica crítica, que não aceite, por submissão ou desinteresse tudo o que está posto. “A quem serve o que estou pesquisando?” é o que devemos nos perguntar todo dia antes de iniciar um artigo, um projeto, etc.

A função do DCE, portanto, não é apenas reivindicar um funcionamento interno perfeito do ensino e pesquisa, mas também buzinar, fazer barulho para que estejamos sempre nos questionando se o que está sendo feito nos levará à função social da Universidade, e a partir disso, vencer o individualismo e o comodismo.

Daí o nome da chapa: “É proibido estacionar”. O que mais angustia os membros da chapa é a situação de paralisia, anestesia que a comunidade acadêmica em geral se encontra. Nosso objetivo quanto à isso é fazer barulho e tentar movimentar aqueles que tem vontades de mudança mas não encontram, por diversos motivos, um caminho. Quanto ao individualismo, sabemos que é uma característica do período histórico em que estamos vivendo, porém, tentaremos fazer com que a estadia dos que preferem não ver nada de errado na sociedade seja o mais incomoda possível, escrachando todos problemas sociais da sociedade e do Município.

Por fim, sabemos da dificuldade que é participar de um processo de construção conjunta sendo um ator social ativo. A burocracia é imensa, e é trabalhoso entender como funciona todas aquelas superintendencias, coordenadorias, secretarias e unidades. E além disso, saber de todas leis, instruções normativas, portarias etc. que podem envolver uma pequena mudança. Porém, no momento em que temos um grupo e que cada um faz o que gosta, e que todos sabem que isso é apenas um meio de atingir um fim maior, pode ser bem menos trabalhoso.

Avante!

Lílyan Nascimento, coordenadoria de cultura

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