sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Um 2012 com a juventude de lado.

       GURIZADA, SEGUNTE! Sexta feira passada, dia 23/12, eu, a vice-presidenta da URES, Eduarda Mirapalheta, e o prefeito do Rio Grande, Fábio Branco, realizamos uma reunião para tratar das questões da juventude de Rio Grande. Os temas abordados foram principalmente a criação da Secretaria Municipal da Juventude e o passe escolar. Numa posição claramente defensiva, de quem sabe que não fez, e sabe que não vai fazer, o prefeito da cidade nos deu pouquíssimas expectativas de avanços nesses temas para o ano de 2012.

         Fomos para a reunião com o prefeito em clima de “cessar-fogo”. Apesar de diversos momentos de divergência entre o Movimento Estudantil rio-grandino e o Governo Branco, nós da URES queriamos realizar um encontro propositivo, onde os temas relevantes para a juventude de Rio Grande fossem debatidos em um alto nível de racionalidade e vontade de encontrar soluções. Levamos ao prefeito as resoluções da Conferência Municipal da Juventude, que abordou os mais diversos temas, problemas e propostas para a juventude da cidade. Na Conferência, os jovens rio-grandinos apontaram duas metas urgentes a serem conquistadas em curto prazo: A criação da Secretaria Municipal da Juventude, à exemplo de várias cidades brasileiras, como Rio de Janeiro e Porto Alegre, para aplicação mais efetiva de políticas públicas de juventude; e o fim da restrição ao uso e à compra do passe escolar, propiciando assim aos jovens mais condições de acesso à cultura, ao esporte e ao lazer, visto que os locais onde estes são oferecidos (Praça Saraiva, Biblioteca Rio Grandense, Teatro Municipal, cinema, museus…) estão concentrados no centro da cidade, distantes das residências dos jovens.

         Para início de conversa, o prefeito desconhecia a Conferência Municipal da Juventude, convocada pela própria prefeitura (de acordo com a Lei Federal que institui as Conferências de Juventude). Quanto à Secretaria, disse que está promovendo uma reorganização da estrutura admnistrativa da prefeitura, e esta reorganização provocará mudanças em diversas secretarias. Mas, disse claramente que não dava garantia nenhuma de uma Secretaria da Juventude, pois “talvez não haja necessidade de uma”. Quando entramos no tema passe escolar, ficou visivelmente alterado. Disse que por ele, “a passagem seria de graça”, mas que “a empresa continua recebendo a mesma coisa” e que “tem que ser discutido se a população quer pagar essa diferença”.

       Fica a impressão que, a gestão de 2012 já está planejada, com todas as “obras” de “pavimentação” e “canteiros de flores”, não havendo espaço para novos “gastos”, como uma Secretaria para planejar ações contra as drogas, violência, evasão escolar, DSTs, para promover ações de inclusão, educação, cultura, esporte, lazer para um público tão carente de atenção do governo como a Juventude. Fica também a impressão, o tema “transporte coletivo” é mítico, cabalístico, e os cofres da Noiva do Mar “sagrados” e “intocáveis”.

       Infelizmente, a juventude rio-grandina não pode criar muitas expectativas para 2012, a não ser que se mobilize e faça acontecer. Esse será o trabalho da URES e do Movimento Estudantil para próximo ano: Fazer acontecer. Nós tentamos, conversamos, debatemos e queremos dialogar muito mais. Mas tenham a certeza que, a partir de agora, a conversa não será nos gabinetes, mas sim, nas ruas!